sábado, 12 de dezembro de 2009

Planos Mirabolantes para o Aquecimento Global

Grace Paiva, Acadêmica de Jornalismo, VII Nível


Durante as últimas semanas notícias sobre chuva tornaram-se recorrentes na mídia. Praticamente todos os dias alguém perde, em questão de horas, tudo o que conquistou durante uma longa vida de trabalho. Essa semana estão reunidos em Copenhague na Dinamarca para a COP 15 - Conferência Mundial de Variações Climáticas criada em 1972 pela ONU - cerca de 190 líderes de diferentes países e mais de 400 ONGs para discutir uma possível diminuição na emissão de gases causadores do efeito estufa. O evento visa um novo tratado para substituir o protocolo de Kyoto.
Lula também está presente e divulgou no dia 17/12 as metas brasileiras na redução da emissão de gases: os números estão entre 36,1 e 38,9% até 2020 - uma proposta ousada. Somente após o pronunciamento do presidente brasileiro fornecendo os valores da redução outros países também divulgaram suas metas.
Segundo a organização mundial da saúde os países que mais sofrem com as variações climáticas sãos os mais pobres: só no Brasil, entre 1970 e 2008, houveram mais de seis mil mortes e prejuízos na ordem de US$ 10 bilhões. Claro que o que está em jogo com o corte na emissão dos gases é a economia dos países, principalmente os mais abastados. Portanto, não precisamos esperar por atitudes excessivamente humanitárias, afinal, ninguém vai querer diminuir consideravelmente o seu lucro. Os dados científicos mostram que para uma possível reversão do quadro das mudanças climáticas é necessária uma considerável redução na emissão de CO2 até 2015.
A principal causa das intempéries climáticas ainda é o homem. Todos os setores da economia – energia, transporte, indústria, desenvolvimento urbano, pesca, agricultura industrial têm contribuído para acelerar o problema. Do período pré-industrial até hoje, o aumento de temperatura no planeta foi, em média, de 0,8ºC. As emissões já lançadas na atmosfera, aumentarão a temperatura em pelo menos mais 0,6ºC. Esse aquecimento médio de 1,4ºC do planeta deixa o mundo em uma situação delicada - o chamada ponto de saturação.
A ciência estima que esse limite será ultrapassado caso a temperatura média da Terra aumente cerca de 2ºC, provocando uma série de fenômenos naturais que, por sua vez, vão liberar ainda mais gases poluentes na atmosfera.
Enquanto vivemos, produzimos e consumimos, a temperatura média da Terra aumenta. O uso das riquezas naturais ultrapassa cerca de 25% a capacidade de regeneração do planeta. Mais de 80% desses recursos são utilizados pelas nações industrializadas. Bem espera-se que desta conferência saiam medidas de aplicação viável afinal não adianta reunir os maiores líderes mundiais para discussões que não levam a nada, nem montar planos mirabolantes de emissão de CO2 zero. Aguardamos pelas resoluções que poderão salvar o planeta.

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