sábado, 12 de dezembro de 2009

Lei de Murphy

Liliane Ferri Berti, acadêmica de Jornalismo, 7° nível


A Conferência de Copenhague mostrou definitivamente que, como diriam os Mamonas, se der uma chuva de Xuxa no mundo, no Brasil só vai cair Pelé.
Enquanto o mundo extraía sem nenhuma regra barris e mais barris, quando tudo podia, quando ninguém ligava bulhufas para a queima de combustível fóssil em escalas literalmente industriais, o Brasil era um paizinho tareco que comprava petróleo dos ricos. Agora, que estamos prestes a virar uma potência mundial exportadora, graças ao pré-sal, resolveram inventar uma série de restrições. É como achar um baú de ouro nas terras do governo. Quase dá vontade de enterrar novamente, e deixar lá para sempre.
Não que eu seja contra o Protocolo de Kyoto e a diminuição de emissão de poluentes, eticétera. Tenho plena consciência da importância da preservação do meio ambiente, ainda mais depois de assistir “2012” no cinema. O que eu ressalto neste texto é o imenso azar que o Brasil deu, encontrando o que há vinte anos seria a salvação do país, e agora é o motivo de aceleração da destruição do planeta.
Quer dizer, passamos séculos transformando o CO² produzido nos países ricos, em oxigênio nas nossas densas florestas, enquanto não tínhamos condições de ocupá-las processando a nossa própria poluição. E agora que podemos, não nos permitirão? Que sacanagem.
Dizem que o Brasil, que agora possui energia limpa produzida pelas hidroelétricas, se tornaria um poluente em potencial se todo o nosso petróleo fosse utilizado. Mas não dizem que os países que atualmente retiram milhões de toneladas da preciosa gosma negra algum dia cessarão esta exploração. E nem garantem que aderirão ao combustível ecológico produzido desde os anos oitenta em larga escala no Brasil, a base de óleos vegetais ou cana-de-açúcar. Em resumo, simplesmente nos torcem o nariz por querer fazer o que todo mundo faz. Ao mesmo tempo, nossas tecnologias tão elogiadas pelos líderes mundiais, continuam sendo realidade apenas dentro das nossas fronteiras.
A concorrência desleal e a falta de critérios dos líderes mundiais em escolher quem pode poluir e quem não pode não nos privilegiam. E nunca conseguiremos nos transformar em uma potência mundial apenas produzindo frutas e cereais. Mesmo que saibamos transformá-los em combustível, não acredito que os europeus vão aceitar abastecer seus carrões com batida de banana. É a perversa lei de Murphy agindo contra as terras Tupiniquins.

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