Fabio Freitas de Rosso*
A manchete é clara. “PF desenterra sete toneladas de medicamentos em fazenda no RS”. Enquanto isso, nos postos de saúde, Marias, Pedros, Robertos, entre outros milhares de brasileiros esperam pelo medicamento que curaria a doença de seus filhos, netos, ou mesmo deles próprios. O salário é baixo, a correria é grande, as despesas são muitas e as doenças não deixam de aparecer.
Pessoas esperam desoladas por atendimento |
Frequentemente recebo ligações na emissora de televisão onde trabalho de pessoas reclamando que precisam fazer cirurgias ou de um atendimento urgente, que foram agendados para meses a frente. O sofrimento é visível, o descaso é aparente, o despreparo é preocupante. Da mesma forma, ouço seguidamente moradores reclamando da falta de medicamentos, de médicos especialistas e de condições adequadas para cuidar da saúde.
É lamentável que alguém seja capaz de desviar verbas públicas federais. Mais lamentável ainda é saber que elas seriam destinadas à pessoas carentes que necessitam deste auxílio para sobreviver. Sim, sobreviver. Quantas pessoas consequentemente não foram mortas com essa fraude? Quantas não tiveram suas doenças agravadas? Quantas não passaram noites sofrendo para cuidar dos filhos doentes enquanto estes criminosos dormiam em mansões luxuoasas?
Em contrapartida, parabéns aos voluntários, aos doadores, aos que se engajam em campanhas e projetos sociais, a estes que de fato se dedicam a ajudar os outros. Uma salva de palmas também aos jornalistas que denunciam e aos servidores da justiça que cumprem seus papéis. A todos que conhecem a complicada situação da saúde pública e reconhecem a importância de contribuir para amenizar este problema. Aos que sabem valorizar um ser humano, acima de qualquer ambição pessoal.
Criminosos brincam com medicamentos públicos |
Quando nos deparamos com máfias como esta recentemente denunciada na mídia, que brincam com a saúde dos outros para ficarem milionárias, nos perguntamos: até onde vai a prepotência humana? O que leva essas pessoas a serem tão gananciosas a ponto de prejudicar quem de fato precisa desses recursos públicos para viver? Afinal, como diz no documentário de Marcelo Masagão “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”. Ou seja, todos acabam no mesmo lugar. É inevitável.
Crédito das fotos: Divulgação/ Google Imagens
*Acadêmico do VII nível de Jornalismo On Line
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