terça-feira, 1 de novembro de 2011

Não adianta, é o machismo


Bruno Quevedo*

(Foto: Reprodução/Google Imagens)
Essa guerra vem desde a barriga da mãe. Na gestação, cromossomos X (mãe) e Y (pai) travam uma verdadeira batalha: genes maternos lutam para silenciar os paternos e vice-versa, através de mecanismos bioquímicos ainda mal conhecidos. O problema é que transpassa as barreiras da pele e passa a afetar diretamente nossas vidas, quando adultos. A guerra entre os sexos gera discussão, e pesada. Mas por que tanta discussão, se, no fim das contas, homens e mulheres são humanos?

Grande parte da discussão reside na ideia histórica e culturalmente difundida de que os homens são superiores às mulheres. Lorota. O machismo nada mais é que um preconceito, assim como os outros tantos, que prega a não aceitação de direitos iguais para homens e mulheres, logicamente, da parte masculina. Responsável pela opressão de mulheres ao longo da história, expressa desde as piadas até casos mais graves, como agressões: no Brasil, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas, o machismo assume papel ideológico quando cria um universo de ideias falsas a fim de plantar verdades também falsas para manter a dominação e, assim, dar liberdade à exploração. Com isso, mulheres terem comportamento que fujam à ditadura imposta pelos maridos - muitas vezes -, não são aceitas, daí a cultura de que a mulher é a “rainha do lar” e por isso deve passar, cozinhar, varrer, enquanto o homem fica esparramado no sofá assistindo TV. O machismo está relacionado ao sistema em que vivemos, o capitalismo: no princípio, a sociedade de classes exigia que houvesse monogamia para preservar a propriedade privada. Quem perdeu? Mulheres foram desintegralizadas do sistema e passaram a atuar dentro de casa, cenário até hoje predominante.
(Foto: Reprodução/Google Imagens)

Contexto dominador, nos cerca desde crianças e é expresso em frases, aparentemente, inofensivas - como “menina brinca com menina e menino brinca com menino” -, e nos levam a adular o machismo.

*Aluno do VII nível do curso de jornalismo da UPF.

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