Ânderson Silva
Geralmente começa com uma discussão na sala de aula ou nos corredores, seguido pelos incentivos dos colegas que gritam e incitam o confronto corporal. Para os torcedores, a disputa é motivo de comemoração e entretenimento, mas para os personagens deste ato se trata de uma mostra de quem é o mais forte do grupo.
A diferença dos socos, pontapés e murros de antigamente comparando com os atuais é a tecnologia. Para quem assiste uma luta entre amigos, o interessante é filmar e registrar o fato para que outras pessoas possam ver a barbárie e se “deliciar” com uma disputa de pequenos gladiadores. A publicação de vídeos no YouTube e fotos no Orkut, expande a repercussão do ocorrido e traz a tona uma discussão que acaba em nada: de quem é a culpa pelo bullying? Escola, pais, alunos e sociedade se esquivam de assumir que tem papel no desenvolvimento do estudante, e acabam contribuindo para que estes se desvirtuem dos reais objetivos das instituições de ensino, que de ferramentas da educação viram palcos de lutas corporais.
Algumas pessoas se perguntam por que estes casos vêm à tona somente agora e não foram discutidos antes. Todos sabem que isso sempre aconteceu, de uma maneira ou de outra. Enquanto a professora toma água, conversa com a direção ou orienta outro aluno na coordenação, os demais estudantes aproveitam para utilizar a sala de aula como “ring” e quando a mestre volta, tudo está novamente nos conformes. Com isso, ninguém viu e sabe de nada. Continuando a resposta, volto a citar as tecnologias que ajudam na divulgação dos acontecimentos e a falta de rigidez por parte das autoridades competentes. Aqueles que deveriam tomar providências são justamente os que se esquivam do seu dever e apenas fazem um “blá-blá-blá” nos meios de comunicação.
O fato não se trata da briga na escola, mas sim da continuidade disso. A passividade dos coordenadores e diretores é o que preocupa. Quando o aluno percebe que tem liberdade para atuar no campo da violência, acha que tudo pode ser resolvido com um tapa na cara ou empurrão. A família tenta repassar a culpa pra escola, que acusa a sociedade, e a mesma diz que o papel de educar e evangelizar é da igreja. Enquanto isso, continuo escrevendo as partes e debatendo a culpa, e o Joãozinho dando murros na cara do Manuel em alguma sala de aula do nosso país.
Navegando na Internet também se encontram estudantes preocupados com a rejeição da violência nos seus ambientes de ensino. Confira neste blog a postagem de alguns alunos que até fizeram o Rap do Bullying.
Pra finalizar recomendo uma reportagem do Jornal Nacional sobre Bullying. Vale a pena assistir!
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