Ana Maria da Rocha, acadêmica de jornalismo
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O que movimenta a sociedade? O que faz as pessoas terem vontade de “estar-junto” umas das outras? O que, atualmente, as reúne num movimento comum?
O que movimenta a sociedade? O que faz as pessoas terem vontade de “estar-junto” umas das outras? O que, atualmente, as reúne num movimento comum?
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Para Maffesoli o conceito de pós-modernidade não consegue mais explicar a complexidade humana. Para tal ele acredita que se deve desenvolver mini-conceitos. Na modernidade prevalecia a razão e o individualismo, na pós-modernidade ou contemporaneidade, como preferem alguns, prevalecem as emoções compartilhadas em coletividade. Existe uma necessidade de pertencimento, de um sentimento comum, de sentir-se uníssono, ou seja de “estar-junto”. Mas como experimentar a coletividade se vivemos numa sociedade fragmentada? Para Maffesoli a sociedade, a coletividade, os arranjos sociais estão estilhaçados ou mesmo fragmentados em várias tribos, partes e parcelas.
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Na pós-modernidade os indivíduos vão estabelecer identificações com determinados grupos sociais, usando símbolos, imagens, signos e adereços que vão reconhecê-los como pertencentes a determinadas tribos. Prevalece o desejo de “estar-junto”, a busca do sentimento de pertença aos micro-grupos. Ainda que esse desejo seja individual, provisório ou pouco duradouro. A provisoriedade pós-moderna implica em nada ser, infinito, imutável ou para sempre embora, vivamos num eterno retorno, numa lógica circular. Diferentemente da modernidade onde pensávamos o tempo de maneira linear.
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Os fenômenos da tribalização, destribalização e retribalização foram diretamente influenciados pelas formas de comunicação, pelos meios de comunicação. Com o desenvolvimento da linguagem, desenvolveram-se as tribos, as pessoas podiam se comunicar umas com as outras, este foi o período da oralidade. O primeiro tempo do espírito de Pierre Lévy. O conhecimento e as tradições eram passadas de uma geração para outra e o principal sentido utilizado era a audição. Com a invenção da escrita e a revolução de Guttenberg houve um equilíbrio dos sentidos humanos, dando-se prevalência para a visão, seqüencial e em linha. Mas o fato do conhecimento poder ser passado as próximas gerações sem a necessidade da relação entre os indivíduos gerou um individualismo e o pensamento racional. A escrita consistiu no segundo tempo do espírito de Lévy e levou a um processo de destribalização. Com os meios de comunicação eletrônicos e depois com a revolução da internet deu-se o terceiro tempo do espírito de Lévy, o momento que estamos vivenciando. Nesse tempo há a abundância dos estímulos e a imersão em informação tecnológica, trata-se de uma época multimídia, onde ocorre o processo de retribalização. É o tempo da famosa aldeia global preconizada por Marshall McLuhan.
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O movimento urbano dos grafiteiros aos skatistas é o resultado desse processo de retribalização que estamos vivendo, mesmo que suas relações não se estabeleçam no ciberespaço. Essas novas relações sociais que se desenvolveram na virtualidade, com esses movimentos se reterriorizam.
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